Geriatria veterinária no Centro Veterinário Pacaembú

Geriatria

Os animais, assim como nós, necessitam de cuidados especiais em sua velhice. São necessárias visitas periódicas ao médico veterinário, que através de exames específicos, poderá prevenir ou diagnosticar doenças a tempo de receberem o tratamento adequado.

Nos últimos anos, o interesse na saúde geriátrica de cães e gatos aumentou significativamente. Este interesse é justificado pelo aumento da longevidade em pequenos animais, que ocorreu devido aos avanços na medicina veterinária, bem como pelo desenvolvimento das indústrias farmacêuticas e das indústrias de fabricação de alimentos para animais. Todos estes avanços foram estimulados pela alta demanda de proprietários que desejam aumentar o tempo de vida de seus mascotes.

A definição de paciente geriátrico é bastante relativa, uma vez que há diferenças na expectativa de vida para as diferentes raças e espécies. Os cuidados com cães e gatos geriátricos, geralmente, se inicia aos 7 anos, variando conforme o porte do animal. Estes animais possuem necessidades distintas daquelas dos animais jovens, porém a maior parte do conhecimento em gerontologia veterinária foi extrapolada de informações da medicina humana ou de experimentos com animais de laboratório.

Apesar de a idade avançada trazer com ela várias doenças, o envelhecimento não pode ser considerado um processo patológico, mas sim um processo biológico composto por ampla variedade de fatores endógenos e exógenos que influenciam o ritmo e a velocidade do envelhecimento.

No envelhecimento, ocorre uma desordem da homeostenose (perda de reservas orgânicas e funcionais) e consequente maior vulnerabilidade a doenças como: infecções, doenças cardiovasculares, neoplasias malignas, dentre outras. Na veterinária, distúrbios como endocardioses, cegueira, surdez, artrose e até mesmo déficit cognitivo e alterações comportamentais são corriqueiros. As doenças neoplásicas também são de grande incidência na fase senil, embora possam aparecer em animais de qualquer idade, inúmeros estudos epidemiológicos realizados tanto na medicina humana quanto na veterinária têm demonstrado que um dos principais fatores que determinam a susceptibilidade ao câncer é a idade.

O clínico deve sempre ter em mente que complicações que afetam vários sistemas orgânicos são comuns em pacientes geriátricos, da mesma forma como várias doenças crônicas, principalmente de natureza degenerativa comumente se associam no mesmo paciente.

Prevenir doenças, oferecer maior qualidade de vida aos animais de companhia e, consequentemente, longevidade é o objetivo da geriatria. Dessa forma a importância do acompanhamento do paciente geriátrico está na prevenção, diagnóstico e tratamento precoce das doenças. Quando se estabelece um plano de tratamento em animais idosos, muitas vezes o objetivo não irá visar à cura, mas sim o controle da doença, trazendo alivio da dor e melhorando a qualidade de vida do paciente

 

A vida média de um cão ou gato é em média de 12 a 14 anos, sendo que a idade senil começa aproximadamente aos 7 anos. Os anos passam mais rápido para os animais, pelo fato de possuírem um metabolismo mais acentuado se comparado ao nosso.

 

Muitos animais vivem mais que a média, chegando até aos 20 anos; entretanto alguns fatores justificam essa longevidade: predisposição genética, tipo de ambiente que vivem, alimentação e cuidados que receberá na idade senil.

 

Seguem as doenças senis mais comuns:

 

1-Doenças Cardíacas

Muitos cães idosos apresentam alterações cardíacas, principalmente em válvulas; muitos compensam essa disfunção, entretanto, outros apresentam sinais de cardiopatia: tosse, ofegação, cansaço além do normal, língua roxa (cianose) após excitação e desmaios. Mesmo não apresentando estes sinais, o animal idoso deve ser examinado anualmente.

 

2-Doenças articulares/coluna vertebral

Estas doenças são muito comuns, principalmente em animais acima do peso. A doença articular mais comum é a artrose (desgaste articulação). Já na coluna os problemas mais comuns são as hérnias de disco e as calcificações intervertebrais. Os sinais clínicos mais comuns dessas doenças são: manqueira, dificuldade de subir escadas/pular, incoordenação motora dos membros, levantar com dificuldade e mudança nos locais de defecar ou urinar.

 

3-Tumores / Neoplasias

São frequentes nas fêmeas; os mais comuns são os mamários que se manifestam como nódulos nas mamas. Todo nódulo que aparece no animal deve ser avaliado. O diagnóstico precoce pode salvar a vida de um animal com câncer.

 

4-Infecção uterina (piometra)

Outra doença frequente nas fêmeas. O útero do animal se enche de secreção purulenta (pus), e o animal se intoxica pela absorção dessa secreção. Sinais clínicos: apatia, vômitos, aumento de volume abdominal e corrimento vaginal. Deve ser encaminhado ao veterinário imediatamente.

 

5-Doença Periodontal

Doença provocada pela placa bacteriana, levando a perda de dentes e doenças sistêmicas (rins, coração) devido à migração dessas bactérias. Os animais devem ser avaliados anualmente. A prevenção consiste na remoção dessa placa periodicamente. Sinais clínicos mais comuns são mau hálito, dificuldade de mastigação e salivação.

 

6-Insuficiência Renal

São quando os rins começam a perder a capacidade de filtrar e eliminar as impurezas/toxinas do organismo. Muito comum em felinos. Os sinais são emagrecimento, vômitos, ingestão exagerada de água, perda de apetite e anemia.

 

7-Diabetes

Menos comum, entretanto, animais idosos podem se tornar diabéticos. Os sinais são ingestão acentuada de água, urina demais e pode estar associado ou não a catarata. Exames periódicos (glicemia) fornecem um diagnóstico precoce e um maior sucesso no tratamento.

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