O que é a leishmaniose?

A Leishmaniose é uma infecção parasitária causada por protozoários que atacam o sistema imunológico do animal, que é o sistema de defesa contra organismos externos.

Quando o parasita leishmania entra em contato com o organismo do seu hospedeiro, ou seja, o cachorro, ele começa a atacar as células fagocitárias.

Essas células são responsáveis por proteger o organismo contra corpos estranhos. Elas defendem a imunidade do cão.

Quando o protozoário da leishmaniose ataca a imunidade do cachorro, ele começa a se multiplicar, diminuindo cada vez mais a imunidade do pet infectado.

Os órgãos mais afetados na leishmaniose canina são: o fígado, o baço e a medula.

Quais são os tipos de leishmaniose?

Existem 2 tipos de leishmaniose:

  • Leishmaniose cutânea:

É causada por 2 tipos de parasitas: Leishmania braziliensis e a leishmania mexicana.

  • Leishmaniose visceral ou calazar

É originada pelos parasitas da leishmania donovani.

É importante saber que normalmente a leishmaniose mais acometida em cães é a leishmaniose visceral (calazar).

Ela é mais comum em cães porque o seu mosquito portador, tem por predileção picar cachorros. Esse mosquito é bem mais comum do que os mosquitos que transmitem a leishmaniose cutânea.

Tanto a leishmaniose visceral quanto a leishmaniose cutânea, são zoonoses, ou seja, são doenças que podem ser transmitidas de animais a humanos ou vice-versa. O mosquito é o portador e o vetor dessas doenças.

A leishmaniose é uma doença grave, que pode levar a óbito tanto animais quanto seres humanos infectados. Por isso é tão importante prevenir ou fazer o tratamento em animais que ja estão infectados.

Sintomas da leishmaniose canina

A leishmaniose pode causar vários sintomas. Alguns deles são: lesões na pele, descamação, piodermite, pele com colocação prateada, nas patas podem surgir pododermatite, algumas vezes a pele pode ficar mais grossa – especialmente nos coxins – devido ao excesso de produção de queratina, as unhas mais espessas e em formato de garras.

Outro indício é quando tanto os machucados na pele do cachorro quanto as feridas em sua orelha, nunca saram.

Normalmente 80% dos cães com leishmaniose tem problemas oculares, então fique atento às secreções persistentes nos olhos, piscadas excessivas e incômodos em seu cachorro.

A presença de nódulos e caroços também são sintomas característicos da leishmaniose visceral canina, e geralmente aparecem porque o sistema imunológico está tentando combater o parasita da leishmaniose, na corrente sanguínea. Isso faz com que os linfonodos aumentem de tamanho.

Como a leishmaniose prejudica o sistema imunológico, outras doenças vão aparecer, como a insuficiência renal, insuficiência hepática, ou ate mesmo problemas no sistema digestivo, como vômito, diarreia com sangue e moco, desidratação, perda de apetite, infecções de trato urinário. Isso ocorre devido à diminuição das células de imunidade produzidas na medula óssea.

Esses sintomas dificultam o diagnóstico instantâneo da doença, porque pode ser confundida com outras doenças.

Para darmos um diagnóstico correto da leishmaniose, é necessário fazermos algumas vezes, exames histopatológicos da pele ou de alguns órgãos, e enviar ao laboratório clínico.

Se em alguns casos, os linfonodos estiverem acometidos pode-se fazer citologia aspirativa dos órgãos ou dos linfonodos afetados, além de exames de sangue.

Existem exames de sangue como testes de sorologias que são mais específicos para detectar essa doença.

Apesar de existirem diversos exames de sangue (sorologia, teste rápido ou PCR) é muito comum dar falso negativo. Por isso que o diagnóstico da leishmaniose costuma ser difícil.

Transmissão da leishmaniose

Mosquito- palha, transmissor da leishmaniose

No Brasil a transmissão da leishmaniose canina ocorre através da picada do mosquito do gênero lutzomyia longipalpis , conhecido popularmente por mosquito palha.

Ao picar um cachorro, a fêmea do mosquito se alimenta de seu sangue infectado e pode transmitir a doença para qualquer outro cão ou humano.

É considerada uma doença endêmica. A incidência está comumente associada a locais onde a condição sanitária é precária.

O mosquito transmissor geralmente é encontrado próximo a galinheiros, chiqueiros, ou em ambientes que não são higienizados corretamente.

Isso porque o mosquito palha deposita os seus ovos em lugares ricos em matéria orgânica, o que inclui a própria terra.

Embora sítios e locais sem a higiene adequada abram caminho para a proliferação do mosquito, as ocorrências têm ultrapassado essas barreiras, e os números de caso da leishmaniose vem aumentando cada vez mais. Inclusive em regiões metropolitanas como Campo Grande, Araçatuba, Botucatu, capital de São Paulo, regiões de praia, Chapada Diamantina e Chapada dos Veadeiros.

No sul do país, onde o clima é mais frio, também têm se notado ocorrências da leishmaniose.

Tratamento da Leishmaniose Canina

Pouco tempo atrás quando um cão era diagnosticado com leishmaniose, era obrigatório reportar esse fato ao Ministério da Saúde.

O Ministério não permitia que o animal infectado fosse tratado pois, apesar de haver tratamento, a leishmaniose não tem cura, e é transmitida para humanos, que da mesma maneira pode transmitir a outros animais ou outros humanos.

Por esse motivo a recomendação do Ministério da Saúde era realizar a eutanásia em todos os cachorros diagnosticados com essa doença.

O cão é o principal hospedeiro urbano da doença, já que os mosquitos preferem picar o animal ao humano.

A partir do momento em que um animal está infectado, ele ainda poderá ser mordido por outro mosquito, que irá carregar esse parasita causador da leishmaniose, e poderá picar e transmitir a doença a outros animais ou seres humanos.

Finalmente a partir de 2016 o Ministério da Saúde resolveu parar de abater animais com a leishmaniose. Nesse mesmo ano surgiu um novo medicamento regulamentado pelo mesmo Ministério, que tem apresentado resultados bastantes satisfatórios para o tratamento da doença.

Porém, é preciso lembrar que a leishmaniose canina permanece sem cura. Esse tratamento promove a cura clínica e epidemiológica.

Isso significa que o cão não apresentará mais lesões e não terá mais sintomas da doença. Ele viverá como um cachorro saudável.

Esse medicamento diminui a carga da leishmania de forma a combater os prejuízos da doença, e esse animal deixa de ser fonte de transmissão.

Pode-se dizer que é uma cura parcial, já que o parasita continua vivendo no cachorro, mas já pode-se considerar um enorme avanço.

Porém é um tratamento muito caro e longo, e requer muito cuidado, e intenso acompanhamento veterinário.

Possivelmente o cão infectado terá que repetir o tratamento várias vezes, realizar vários exames e avaliações clínicas e veterinárias ao longo de sua vida.

Como complemento dessa medicação, é possível promover medidas paliativas para amenizar os sintomas. Esse suporte pode ser indicado para tratar algum problema causado pela doença. Por exemplo: fígado afetado pode receber medicações especificas.

Prevenção da Leishmaniose

  • A limpeza, é uma das principais formas de prevenção para evitar a proliferação do mosquito. Ele gosta de ambientes ricos em matérias orgânicas, por isso é importante manter o ambiente onde o seu cachorro vive, muito bem higienizado.
  • Instalar telas de proteção (mosquiteiro) em casa para ajudar a proteger o seu pet e a si mesmo contra as picadas de mosquito.
  • Coleira repelente ou repelente de leishmaniose para os seus cães. A coleira repelente faz com que o mosquito se afaste do cão.
  • Existe a vacina da leishmaniose que é administrada em 3 doses quando o cachorro é filhote, de intervalo de 21 em 21 dias.

Essa vacina só pode ser aplicada após o exames de sorologia ter o resultado negativo, e esse exame ser reportado ao Ministério da Agricultura.

Porém, vale ressaltar que nenhum dos métodos de prevenção são 100% eficazes.

O ideal é deixar tanto os humanos quanto os cães longe da presença do mosquito. Ou seja, todas as medidas preventivas são paliativas.

 

Quer entender melhor sobre a leishmaniose?

Nesse vídeo, a dra. Thais Acar te explica mais detalhes sobre essa doença tão séria.

 

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